Enquanto o Presidente Boliviano Evo Morales prometeu defender a agricultura biológica, o novo Ministro da Agricultura Português assume-se defensor dos transgénicos para Portugal. Apresentamos-lhe as duas noticias:
O presidente boliviano, Evo Morales, prometeu quarta-feira potenciar a produção de alimentos biológicos combatendo os transgénicos, representados pelas multinacionais "imperialistas" e que são, afirmou, contrários à cultura agrícola da Bolívia.
Destak/Lusa | destak@destak.pt Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar
Morales, num acto de campanha eleitoral entre agricultores indígenas, culpou a "invasão europeia" pela perda da cultura de produtos agro-pecuários ecológicos e prometeu recuperar a soberania alimentar garantindo a produção de alimentos biológicos.
"Eles querem garantir a segurança alimentar perante as multinacionais e produtos transgénicos e nós propomos que haja segurança mas com soberania alimentar. A melhor contribuição para o processo de mudança é garantir (a produção de) alimentos biológicos", afirmou o presidente boliviano.
Evo Morales explicou que não se pode competir com as multinacionais e que, por isso, o seu governo aposta numa política de "complementaridade" baseada na solidariedade entre países.
A promoção dos alimentos biológicos para potenciar a economia boliviana é também um dos principais aspectos do programa de um dos opositores de Morales, o empresário Samuel Doria Medina.
"A produção e exportação de alimentos orgânicos é um caminho viável na luta contra a pobreza, pode permitir-nos aumentar a nossa produção de alimentos e constituir uma identidade económica sustentável dando emprego a milhares de pequenos produtores", lê-se no programa eleitoral de Dória Medina, candidato à presidência da Bolívia pela Unidade Nacional (UN).
O ministro da Agricultura, António Serrano, alertou ontem para a necessidade de adoptar novas práticas e variedades agrícolas para enfrentar as alterações climáticas, admitindo que os organismos geneticamente modificados vão desempenhar um papel relevante neste campo.
"A produção de alimentos é um problema sério e que tem vindo a provocar que se produzam cada vez mais variedades de Organismos Geneticamente Modificados (OGM). Este é um caminho em que se têm criado algumas barreiras, mas temos de encontrar forma de produzir alimentos para um crescimento populacional que é inexorável", sublinhou o ministro após a sessão de abertura da 1ª Conferência Ibérica de Viticultura e Enologia, dominada pelo tema do aquecimento global.
António Serrano frisou que a investigação científica e tecnológica pode dar um contributo importante aos agricultores, ajudando-os na concepção de novas práticas agrícolas, novas formas de produzir e novas variedades "mais amigáveis e mais sustentáveis do ponto de vista ambiental e que garantam a sobrevivência das populações".
"Há uma espécie de barreira à entrada [na União Europeia] de variedades geneticamente modificadas que já estão espalhadas pelo mundo inteiro", acrescentou o governante, apontando regiões como a Índia, China e Brasil, onde estão a ser produzidos OGM, sobretudo cereais e arroz.
"É uma área que vai trazer certamente novidades nos próximos anos", antecipou.
Portugal cumprirá o que for determinado a nível europeu, já que é a União Europeia que define quais as variedades de OGM autorizadas.
"Não temos grande alternativa", afirmou o ministro.
António Serrano salientou ainda que o impacto das alterações climáticas na produção alimentar é um tema que "preocupa investigadores e ministérios de todo o mundo" face à redução da área cultivável e ao previsível aumento populacional, estimando-se que possa atingir sete mil milhões de pessoas dentro de 50 anos.
Parece esquecer o Minstro de agricultura de Portugal, que foram essas novas práticas que contribuíram em muito para as alterações climáticas e para a perda da biodiversidade. Nota da Fundação